conceitos
Justiça – Devemos aqui mergulhar profundamente na essência de nossos valores. Ainda que muitas pessoas possam não saber aplicar Justiça, todas as pessoas sabem o que é Justo. Justo é aquilo que transferimos para terceiro decidir por nós ou, o que nos pedem para decidir e aceitando fazer juízo, decidimos. Quando abrimos mão de fazermos ‘justiça pelas próprias mãos’ num processo de construção social, transferimos ao Estado a ‘forma’ de fazer e distribuir Justiça, mas não transferimos ao Estado a competência de fazer juízos. Nenhum homem abriu mão de seus valores de Justiça para que a Sociedade decidisse quem passaria fome, quem poderia trabalhar, quem poderia desperdiçar recursos coletivos em seu único proveito. A Justiça é um valor inato. Todas as batalhas da humanidade se fizeram em busca da Justiça e a maior derrota tem sido a Injustiça Social fruto das idéias econômicas que dão valor ao Capital[RO1] , à Terra[RO2] e desvalor ao Trabalho[RO3] . Não se faz Justiça quando o sistema econômico cria uma moeda que é insuficiente para estabelecer Justiça entre o esforço comum na produção de riquezas para uma nação. O jogo de palavras usado há séculos e mais ainda nos últimos 500 anos para privilegiar pessoas e grupos na sociedade não recebe credibilidade e não é suficiente para evitar por um lado a escassez e por outro, o desperdício de bens, de serviços, de trabalho e de vidas. Não há o que teóricos falam de Lei de Mercado[RO4] . Não há comprovação pactual ou científica de sua existência. Esta Lei de Mercado é lei de igual valor à: Lei de Sobrevivência ou Lei da Vida[RO5] . Talvez então, para que não tenhamos que aplicar na correção dos valores econômicos sociais mediante uma ‘revolução’ devamos nós construir uma pacto social baseado na Justa distribuição ‘nominal’ das riquezas e dos fatores de produção da economia valorando TERRA – CAPITAL – TRABALHO com uma moeda que represente estas existências para qualquer um.
Poder – Da mesma forma que todos percebem a Justiça, todas as pessoas se apercebem do significado de Poder. Na história da humanidade enquanto alguns sábios fazem aflorar os valores de nosso Consciente Coletivo, pessoas de menor juízo, por outro lado, buscam esconder significados ou ainda, dar outros sentidos àquilo que sabemos ser ou sabemos não ser disseminando dúvidas. Poder, num sentido de valor comum ao Homem não é alguma coisa caída do céu, salvo se for usado num sentido figurado como usualmente é feito. O poder da chuva, por exemplo. Talvez caia bem, esta chuva, para desconstruir o mito que se construiu sobre a palavra poder gerando imenso prejuízo à civilização. Poder deve significar tão somente a capacidade autônoma e consciente de ação mediante análise de objetivos. A chuva não determina o seu caminho, ela não determina o seu valor, ela não determina a sua intensidade, não acontece por sua vontade. Seres abstratos ou inanimados não realizam vontades, desejos ou escolhas. Não têm Poder, ou seja, capacidade de ação. O Poder é inato. O Poder é o ‘motor da sociedade’ e não a Economia. O verdadeiro Poder é apenas a capacidade de agir mediante escolhas. Por não termos efetuados escolhas de como agir, em outras palavras, por termos deixado de usar o Poder as ‘ideias econômicas’ tidas por ilustres homens foram se deteriorando até chegarmos as modernas e fantasiosas regras e leis de MERCADO, que hoje parece ser o Leviatã preconizado por Hobbes como o Estado. Se entendermos os significados das palavras naquilo que todos nós acreditamos em nosso íntimo nós daremos novo curso à história pelo Poder e não pelos simulacros que hoje são mitificados.
Liberdade – Talvez a confusão que reveste o termo liberdade aconteça porque não se é livre. Liberdade não é um modo de “ser” e sim um forma de “estar”.
Talvez a linguagem nos ajude no entendimento: “Sou uma pessoa. Estou aqui ou ali. Meus atos e desejos não implicam em quem sou, mas podem, ainda que não necessariamente devam, implicar em eu estar em algum lugar, estar em alguma situação ou sujeito a algum ambiente que determina se estou mais ou estou menos livre para me mover, para me expressar ou em conflito até comigo mesmo”.
Somente seres sencientes podem se dizer livres ou desejar mais ou menos liberdade. Por esta razão não há possibilidades de estender o conceito, seja ele qual for, para entes criados pela razão humana. Não há Mercado Livre. Não há Livre Comércio. Não há Livre Iniciativa ou quaisquer outras acepções associadas à liberdade sob aspecto econômico senão num discurso “capitalista” para defender a “liberdade de uns” em garantia ao “constrangimento de outros”, ou “de todos os outros”.
A Liberdade, então, não pode ser medida em unidades econômicas ou analisadas sob aspectos qualitativos, mas é uma referência quantitativa de quem somos e onde estamos num conjunto analisável. Quanto mais estivermos em condição de realizar o objeto de um desejo coletivo, mais livres estaremos sob a análise de aspecto econômico.
[RO1]Entendido como disponibilidades
[RO2]Entendido como os recursos naturais,
[RO3]Entendido como atividade pessoal de transformação.
[RO4]Como citam: A Oferta e Procura. (que deveria regrar as relações de troca de forma justa e tampouco de forma injusta).
[RO5]Estas duas leis qualquer um na sociedade percebe o seu valor e a infinita amplitude de interpretações e justificativas que ela se permite. Não é possível escrever código algum baseado nestas duas leis e se incluirmos nelas duas o enunciado do achado econômico da Oferta & Procura de tal forma que, trocando os nomes das leis, todos os conceitos de uma se assemelham às outras. Talvez as três leis juntas só se assemelhem porque tem nomeações diferentes dependendo do contexto que se queira aplicar, senão, se tirarmos os Títulos das Leis, ela serão iguais nos princípios, na mediação e nos objetivos finais.